TUDA - pap.el el.etrônico

Em associação com Casa Pyndahýba Editora

Ano I Número 10 - Outubro 2009

Poesia - Souzalopes

A Besta Fera Nefasta Precisa Apanhar de Pau
(parte i de ii)

I - Biografia da Besta-Fera

A besta-fera nasceu
No porão da ditadura.
Roubou o anel da parteira,
O Estado e a Prefeitura,
E quer roubar mais ainda
Com a maior cara dura.

A besta-fera é nefasta,
Precisa apanhar de pau.
Tem que parar de roubar,
Como roubou Nicolau.
Para deter os seus crimes,
Tenho remédio mortal.

A besta-fera precisa
De cacete e de chibata,
Precisa corda de forca
Em vez daquela gravata.
A besta-fera é a peste:
Aleija quando não mata.

A besta-fera do estrupo
Diz que constrói muita obra.
Pra ele, roubo é trabalho,
Pra ele, boa é a cobra.
De tudo que fez na vida,
Só o nefasto é que sobra.

No tempo da ditadura,
Tinha um certo general,
Corno, fraco e casado
C'uma fulana de tal,
Viciada em jogatina
Como a mãe do animal.

A mãe do animal pagou
Uma dívida de jogo
Da outra, que toda contente,
Lhe disse: "também sou fogo,
Vou nomear seu filhinho
Pro Ministério do Roubo".

Foi assim que quase quebra
Nossa Caixa Federal.
Emprestou pra empreiteiro
E o Brasil se deu mal.
Com o dinheiro do povo,
A besta fez carnaval.

Adeus Caixa Econômica,
Acabou-se sua história.
A besta virou prefeito,
Com general e escória
Que o apoiam nesta vida
De ladrão com muita glória.

A besta-fera depois
Foi pro Governo do Estado.
Numa eleição indireta,
Contra outro retardado,
A besta-fera ganhou:
Foi grana pra todo lado

Depois disso, a besta-fera
Se deputou federal.
Só foi um dia em Brasília,
Mas recebendo o metal.
Um ausente deputado,
Deputando para o mal.

Por azar se elegeu
Prefeito desta cidade.
Tudo que fez é exemplo
Do desprezo e da maldade:
Polícia espancando o pobre
Sem ter dó nem piedade.

Só fez obra para ricos
E na mão deles comendo.
O túnel Ayrton Senna
Saiu com roubo tremendo,
Que o Senna do Brasil
Mesmo no céu vai sofrendo.